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A Slate publicou um excerto do livro Book Was There: Reading in Electronic Times, de Andrew Piper, professor na Universidade McGill. Neste texto apaixonado, fala dos livros como objectos de desejo, aprendizagem e tacto. Sem duvidar do amor que produzem, o meu problema é outro. Penso que a polémica sobre os livros lidos em gadgets é, por enquanto, inútil. Pelo menos, até podermos escolher entre uns e outros. Sei que nos havemos de habituar a ler nos ecrãs e, até haver florestas, vamos poder ter os livros que quisermos em papel. A minha grande dúvida é se algum dia acabará esta imposição ridícula de sistemas, Kindle, Kobo, etc. Se vamos ser capazes de emprestar livros como sempre fizemos, às vezes contrariados. Se será possível alguém herdar os meus livros do Kindle. Se vão poder inventar um vírus que queime os meus livros guardados tecnologicamente. O futuro pode ser uma maravilha, mas nada nos garante que não haja um inferno à nossa espera.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 23-11-12