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Chegam notícias desconcertantes da Suécia por uma notícia no Telegraph. A Toys 'R' Us mostra no seu catálogo rapazes a brincar com bonecas e raparigas com armas de brincar. As leis no país levam a discriminação de género ao limite de eliminar diferenças entre o que é socialmente definido como feminino e masculino. A obsessão chega ao ponto da erradicação dos pronomes. Mas as tentativas de equiparar os sexos são só superficiais. As mulheres ganham menos do que os homens e a percentagem de violação e violência doméstica são das mais elevadas da Europa. A explicação apresentada no artigo tem por base o livro Living Dolls: The Return of Sexism, de Natasha Walter, em que defende que a libertação feminina feita à custa da objectificação sexual tem custos sérios para as mulheres, porque faz delas apenas crua e fisicamente diferentes dos homens. As construções e os preconceitos têm assim uma utilidade inesperada. Chegam a ser sexy.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 30-11-12
Carla Bruni-Sarkozy deu uma entrevista em que declarou que não é preciso ser feminista nos nossos dias e que o lugar da mulher é em casa ao pé dos filhos. O título no Telegraph induzia a um engano divertido, pois nele se dizia que o lugar da mulher é «nas suas casas», no plural, uma proposta com a qual me senti de imediato inclinada a concordar. Afinal, não. Carla só disse aquilo que toda a gente volta e meia vem dizer quando não tem nada para dizer. Não há nada de novo no seu desejo para a sua própria vida, pois é disso que se trata. A vontade que estendeu à parte da espécie humana que é do sexo feminino (talvez descrito assim se perceba o absurdo do plano) é uma ideia que Carla tem acerca das suas próprias aspirações. Não é feminista porque sempre fez o que quis e fica em casa porque não tem necessidade de sair (e são necessidades de todos os tipos). Não precisa é de envolver todas as mulheres do mundo no seu projecto pessoal.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 30-11-12
I've got the world on a Kindle
Got the Kindle around my finger
What a world, what a life, I'm in love
I've got a song that I sing
I can make the rain go
Any time I move my finger
Lucky me, can't you see, I'm in love
And life's a wonderful thing
As long as I hold the Kindle
I'd be a silly so and so
If I should ever let her go
I've got the world on a Kindle
Sitting on a rainbow
Got the Kindle around my finger
What a world, what a life, I'm in love
Adaptação luso-argentina de um tema original de Harold Arlen e Ted Koehler.