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Grace Kelly
... há uns anos, não muitos, desisti de ler livros na praia. Não sei como aconteceu, mas penso que foi gradual. Esquecia-me do livro em casa. Passei a apreciar o tempo sem fazer nada a não ser conversar (se tinha companhia), a dar passeios ou a olhar para o mar sem fazer mais nada. Nem sequer era "o prazer de ter um livro para ler e não o fazer" porque não verdade não o tinha. Passou a ser o prazer de estar num sítio sem fazer - e por vezes sem dizer - nada. As actividades ficam reduzidas a muito pouco e estar na água é a ocupação mais importante. De vez em quando levo uma revista e espreito os casacos de Inverno. Mesmo o jornal nem sempre me apetece ler na praia, talvez porque me habituei a ler online (pagando as assinaturas sempre que me é exigido). Por acaso, agora que digo isto lembrei-me de uma excepção: no ano passado, li o livro da minha amiga Djaimilia Pereira de Almeida na praia, sem paragens e com emoção, antes de estar disponível nas livrarias (privilégios da amizade). Foi uma excepção em mais do que um sentido da palavra.