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Se tivesse de escolher um atleta olímpico, não teria dificuldade em apontar Mo Farah, da Somália, como o favorito. Farah corre pela Grã-Bretanha e foi medalha de ouro nos dez mil metros e nos cinco mil metros nos Jogos Olímpicos do Rio. É um grande atleta e parece ser um homem simpático e doce. Em Tóquio vai correr a maratona. Até 2020!
Caster Semenya ganhou os 800 metros como se não tivesse rival minimamente à altura e quando se aproximou das outras participantes, foi ignorada e um bocadinho maltratada. Ter níveis de testosterona três vezes mais altos do que os valores médios femininos é capaz de ter alguma coisa a ver com isso. Tendo em conta o problema muito particular da atleta sul-africana e todo o sofrimento que lhe causa, seria interessante que fosse mãe. Depois ia a Tóquio, ganhava outra vez e acabava com o falatório.
O ponto alto dos Jogos Olímpicos é para mim a ginástica rítmica. É uma modalidade exclusivamente praticada por mulheres e cujo público é maioritariamente feminino. Ao contrário do que se passa na ginástica artística, sobretudo este ano em que assistimos a uma crise de confiança nas ginastas russas, a Rússia, a Ucrânia, a Bielorússia ou a Bulgária dominam a competição. Não há americanas nem inglesas. A treinadora da ginasta coreana Son Yeon-jae é bielorussa, Kseniya Moustafaeva é o nome da ginasta francesa. A russa Margarita Mamun (afinal havia outra) ganhou a competição All-Around e a belíssima ucraniana Ganna Rizatdinova, que caminha descalça como se estivesse a desfilar em saltos altos, ficou com o bronze. A minha russa preferida, a extraordinária Yana Kudryavtseva, ficou em segundo lugar porque teve um daqueles azares que só acontecem aos melhores. É a melhor porque o aparelho faz parte dela. Tudo é fluído e natural, como se pode ver neste exercício com bola. Até me vieram as lágrimas aos olhos.