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Rainha Isabel II por Cecil Beaton, 1953. © Victoria and Albert Museum, Londres.
Demorei a subscrever o canal Netflix porque me conheço. Ou achava que me conhecia. Tinha medo de me viciar, de nunca mais conseguir sair de casa, de ficar pregada à televisão para sempre, sugada num binge watching eterno. Os primeiros dias corresponderam a este receio. Vi The Crown em duas noites e Stranger Things noutras duas. Até que passei para Happy Valley e não consegui acabar de ver o primeiro episódio. Muito violento, triste e sórdido. Pensei que Unbreakable Kimmy Schmidt me ia animar e prender ao sofá, mas aborreci-me ao fim do quinto episódio. Orange is the New Black teve-me como espectadora até ao quarto episódio. Não tenciono continuar a ver nenhuma destas duas séries. São ambas más, cada uma à sua maneira. A primeira porque a caricatura se torna cansativa e a segunda porque a história se esgota depois de apresentadas as companheiras de prisão. Na segunda semana, já não vi nem quis ver nada, embora tenha Narcos e Making a Murderer (e outros documentários) debaixo de olho. Lá irei com tempo. Para ser sincera - e para quê escrever se não o puder ser? - só The Crown foi excelente até agora. Stranger Things é muito boa, a ideia de a "realidade paralela" ser no preciso sítio de onde as personagens desapareceram é extraordinária, mas a série não é excelente. Houve momentos lentos e crianças a mais. Achava que o Netflix ia ser um chupa-vidas. Parece que afinal já não sou assim.