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Recuperar mais uma citação

por Carla Hilário Quevedo, em 24.03.17

"A amizade exige a cortesia. Não é como o amor, que, pela sua áurea mudança, se adapta à confidência e ao desembaraço narrativo. A amizade obedece à disciplina, e por isso digo que a cortesia lhe deve muito."

 

Agustina Bessa-Luís, Dicionário Imperfeito, Guimarães Editores, Lisboa, 2008, p. 17.  

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publicado às 09:44

Recuperar uma citação

por Carla Hilário Quevedo, em 24.03.17

"O que temo mais na vida é a corrupção. No aspecto do bem-estar. Toda a minha vida é marcada por pequenas e ao mesmo tempo grandes opções e grandes atritos... e até certa altura fui considerada escritora de ódio, era uma constante das críticas. Mas não era ódio, era antes uma certa reserva em relação a uma facilidade. Quando me surge uma facilidade tenho de parar para a enfrentar, e tenho de guardar uma margem de liberdade, e portanto de antipatia em relação a essa facilidade. Não quer dizer que, como todos nós, não tenha uma propensão enorme para aquilo que é fácil, por aquilo que é agradável na vida, seja a fortuna, seja toda a espécie de bem-estar. Mas é isso que eu mais temo. Acho por exemplo que uma grande fortuna, uma grande celebridade, é terrível para um criador. E nós vivemos cada vez mais nessa espécie de permissão da corrupção. Hoje já não há praticamente barreiras entre um comportamento ou outro."

 

Agustina Bessa-Luís, Dicionário Imperfeito, Lisboa, Guimarães Editores, 2008, p. 59. Recuperei esta citação daqui, mas quando descobrir o livro no meio deste momento de caos de livros amontoados e em segunda fila nas estantes citarei mais. Gostei muito deste Dicionário Imperfeito, de uma autora a quem se deve, no mínimo, respeito. Mas o país do respeitinho não sabe o que é ter respeito por alguém.    

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publicado às 09:29

Sem querer

por Carla Hilário Quevedo, em 21.03.17

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Cartoon do magnífico Joe Dator para a New Yorker.

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publicado às 19:22

Informação confidencial

por Carla Hilário Quevedo, em 19.03.17

Não sei se isto acontece exactamente assim, mas parece que a maioria das pessoas se esquece da lista de "resoluções" ou "desejos" que fez em Dezembro. Nos jornais, pelo menos, ninguém nos diz o que acontece no fim do primeiro trimestre, por exemplo. Será que os potenciais não fumadores voltaram a fumar? E as dietas? Sobreviveram ao frio que se fez sentir ao longo destes duros meses de Inverno? Nas empresas portuguesas, segundo a minha experiência, presta-se em geral pouca atenção à nobre actividade do follow up, que consiste precisamente em acompanhar um processo até que chegue a bom porto. Sim, tenho pensado na minha lista magra e ambiciosa. Até agora, consegui fechar o ponto 1 (de entusiasmo máximo) e o ponto 3 (de dificuldade extra-máxima). Infelizmente, não tenho cumprido o ponto 4, o que influencia o ponto 2. A vida intromete-se nos meus planos e às vezes é difícil dizer que não. Mas calma que isto ainda não acabou. Quando ao último ponto, há semanas em que o cumpro e outras em que fico longe do objectivo. Continuemos para o segundo trimestre. Tic-tac-tic-tac...

 

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George Stubbs, Two Hacks, 1789

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publicado às 10:28

Hoje, às 19h

por Carla Hilário Quevedo, em 15.03.17

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publicado às 08:29

Olhar de frente

por Carla Hilário Quevedo, em 10.03.17

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John Singer Sargent, Miss Beatrice Townsend, 1882 

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publicado às 17:40

A propósito

por Carla Hilário Quevedo, em 09.03.17

Andava a trautear uma canção já há uns dias e não me lembrava bem do que era. Até que comecei a cantar o refrão enquanto fazia uma pesquisa no YouTube e eureka! A letra de Johnny Mercer é too marvellous for words.

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publicado às 19:58

Entretanto, em Tulsa...

por Carla Hilário Quevedo, em 09.03.17

 

... uma rapariga de cinco anos chamada Edith Fuller ganhou uma etapa regional do Spelling Bee, um concurso em que os concorrentes soletram as palavras indicadas pelo júri, e passou para a fase final, que se realizará em Maio, em Washington. A prova durou cinco horas e Edith foi derrotando os seus adversários, todos mais velhos do que ela, até à vitória final, ao soletrar a palavra "jnana" com serenidade. A Slate, que é parva, achou que Edith era "the cutest contestant" e levou logo com a falta de pachorra das redes sociais em cima. Neste caso penso que os comentários até foram brandos. É que Edith Fuller, além de saber umas coisas, também fez um esforço considerável para ganhar. Fez muitas perguntas, todas as que eram permitidas, porque assim repetia a palavra muitas vezes, tentando imaginar como se escrevia. Foi uma mistura de ouvido excelente, método e paciência.  

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publicado às 09:45

Hoje comi empada

por Carla Hilário Quevedo, em 07.03.17

 

Nos últimos dias fiz um detox de Sweeney Todd a ouvir as canções magníficas de Frank Loesser e até descobri uma que não sabia que era dele, pensei um bocadinho sobre ela, ouvi todas as versões, concluí que Sinatra é o melhor a cantá-la, o costume. Mas hoje o almoço foi empada de galinha e tive de voltar a ouvir esta obra-prima de Stephen Sondheim. Já o tinha apanhado em entrevistas a dizer maravilhas de Imelda Staunton como Mrs Lovett. E depois tem a vantagem de ser recente (salvo erro, de 2012) e entre as versões muito boas, a mais recente é sempre a melhor, aquela que mais se aproxima do que foi imaginado. A letra é a original, de 1979, e inclui aquela parte do tinker, tailor, até chegar a locksmith e a rima tornar-se impossível.

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publicado às 15:11