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Diário estival (16)

por Carla Hilário Quevedo, em 25.08.17

- Confesso que a polémica a respeito dos livros de actividades da Porto Editora, agora retirados de circulação, não me atrai tanto quanto a do memo armado em descoberta científica de James Damore, a vítima despedida da Google por ter defendido a "tese" de que é a biologia que afasta as raparigas da engenharia informática. Não era preciso ler mais nada daquele manifesto cobarde - sim, o medinho é real - mas houve muita gente a ir naquela conversa. Vêem um gráfico e acreditam logo no poder dos astros.

- Sobre os livros, não me choca o cor-de-rosa nas meninas e o azul nos rapazes, e o facto de o exercício do labirinto ser mais fácil para as raparigas é só tolo. Como bem lembrou o Bruno Vieira Amaral, "se não fosse Ariadne, Teseu teria sido comido pelo Minotauro". Acho esquisito haver livros de actividades diferentes para meninos e meninas, mas a Porto Editora é uma empresa privada (que eu saiba) que toma as suas decisões baseadas naquilo que julga serem as exigências do mercado. As pessoas deixam de comprar os livros e acabam as edições. Esta é a maneira certa, e de resto profunda, de resolver o assunto. Por isso, não posso concordar de maneira nenhuma com a intervenção do Governo nesta questão. É um péssimo antecedente.

- Gostei de ler este artigo de Helena Garrido. 

- A minha experiência de brincadeira não obedeceu a nenhum critério. Brinquei com bonecas, carros e carrinhos e adorava legos. Um dos meus grandes amigos de infância brincava com bonecas comigo e com a irmã dele. Nunca nenhum adulto nos impediu de fazermos o que nos apetecia (não éramos delinquentes; só crianças). Só me lembro de a minha avó me dizer que era feio as meninas assobiarem. Amei-a profundamente e nunca lhe obedeci.

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publicado às 08:28