Are you talkin' to me?O caríssimo José Pacheco Pereira citou um poema de Konstandinos Kavafis e teve a gentileza de o postar em grego. A tradução é má. Joaquim Manuel Magalhães fez muito melhor com a ajuda do grego Nikos Pratsinis. Segue a tradução de JMM e de NP e um comentário meu.
MAR DA MANHÃQue eu me detenha aqui. E que também eu veja um pouco a natureza.
De um mar da manhã e de um céu sem nuvens
roxas cores brilhantes e margem amarela; tudo
belo e grande iluminado.
Que eu me detenha aqui. E que me engane para ver isto
(vi de verdade isto por um instante quando primeiro me detive);
e não aqui também os meus devaneios,
as minhas recordações, os modelos da volúpia.
O "hei-de deter-me" além de feio não está certo porque, mais do que um desejo (expresso em
as stathó), implica uma quase certeza do que se passará. Neste poema, há um desejo por algo que não depende de nós e não uma vontade de algo que depende de nós. Peço-vos que acreditem que esta tradução é impecável. Não tem uma única falha.