A propósito dos
posts escritos pelo
Cruzes Canhoto e o
Modus Vivendi acerca da exposição da privacidade, lembrei-me de um poema belíssimo de
Konstandinos Kavafis. Em vez de vos trazer a tradução inglesa, preferi traduzir o poema do original (detesto a versão do Jorge de Sena e, infelizmente, o Joaquim Manuel Magalhães não o incluiu nos poemas traduzidos em colaboração com Nikos Pratsinis; uma edição excelente bilingue da Relógio d' Água). Espero que gostem.
O mais que puderesE se não conseguires fazer da tua vida o que queres,
então pelo menos tenta-o,
o mais que puderes; não a humilhes
no contacto abundante com o mundo,
nas muitas acções e palavras.
Não a humilhes no vaivém
constante, expondo-a
à estupidez diária
de relações e ligações
até que se torne um fardo estranho.
(Konstandinos Kavafis, 1913)