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Diário da pandemia (2)

por Carla Hilário Quevedo, em 22.03.20

- Fiquei a pensar se estarei a ser demasiado inflexível em certas questões, agindo, enfim, como é meu hábito. Depressa  (resta saber se bem) concluí que não. Estamos a viver um momento difícil, e é nestes momentos que aquilo que já sabíamos - sabemos sempre, podemos é achar que o mais prudente é não prestar atenção - fica, por assim dizer, mais à vista. A pandemia funciona como o vinho. Ninguém se torna violento por beber, assim como ninguém se torna cobarde no combate. Isto significa que a) estamos dispostos a mentir a nós mesmos (se é que tal coisa é possível) por um bem maior e b) acredito que o carácter é qualquer coisa estanque, que se esconde ou revela perante as circunstâncias. Sobre b) admito vir a mudar de ideias, uma vez que a quarentena só agora começou. 

- Admito que parte de mim, como as mãos que mantenho lavadas e desinfectadas, gostou da notícia de o presidente do CDS se voluntariar para ajudar as Forças Armadas. Depois tive de me lembrar que ainda não estamos em guerra. 

- Sob o pretexto aparentemente inócuo de celebrar o Dia Mundial da Poesia, fomos confrontados com poemas "sobre o vírus" de Manuel Alegre, José Jorge Letria e Maria Teresa Horta. Apanhados de surpresa, os portugueses e estrangeiros residentes em Portugal não tiveram como escapar ao surto. Atenção que em Espanha aconteceu o mesmo. Como na economia, penso que as consequências de tudo isto podem vir a ser realmente nefastas.

- Para não ficarmos assim, deixo a sugestão da Forma de Vida para o dia de ontem. Ainda vamos a tempo.

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publicado às 09:53

Diário da pandemia

por Carla Hilário Quevedo, em 21.03.20

- Escrevi para o Ponto SJ sobre algumas reacções, muito boas e menos boas, a esta nova realidade pandémica que nos desafia a sermos melhores. Na bolsa dos comportamentos, há já quem caia a pique e quem ganhe pontos. Nada como um acontecimento avassalador - e repentino - para nos pôr à prova. Temos o campo aberto para a prática das virtudes, apesar da condicionante única de termos de viver à distância.

- Médicos, enfermeiros, cozinheiros, homens e mulheres que trabalham diariamente na recolha do lixo, caixas de supermercado, jornalistas, técnicos e todas as pessoas que estão a trabalhar neste momento "no terreno", fora de casa, para o resto da população poder estar recolhida, estão nas melhores condições para a prática das virtudes. Mas como vamos poder ser corajosos à distância, temperados à distância, magnânimes à distância? Há exemplos curiosos nas varandas de Nápoles, num país em que o vírus parece ter matado mais do que na China.

- É importante perceber por que razão a taxa de mortalidade é tão alta em Itália. Este artigo no Telegraph dá algumas explicações importantes. Também sobre a forma de combater a disseminação do vírus, gostei de ler este artigo na Atlantic. 

- Entretanto, apareceram algumas fake news alegres, como as notícias sobre golfinhos nos canais límpidos de Veneza. É falso, mas ao menos é bem disposto.

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publicado às 08:01

Diário outonal (3)

por Carla Hilário Quevedo, em 17.11.19

- Ainda sobre o caso do bebé abandonado no lixo (que a certa altura passou a "ecoponto", haja rigor), não estamos preparados para lidar nem com mães más nem com filhos que sobrevivem sem mães. A sociedade condena as primeiras com um fortíssimo julgamento moral. Como se uma mulher incapaz de sentir amor pelos seus filhos fosse uma excepção. Já os filhos que sobrevivem (vários até bem) às mães que os maltratam ou abandonam têm de suportar a pena dos outros; como se fossem pessoas incompletas, sofridas, sem capacidade para ultrapassar o desamor materno. É uma mistura de misoginia e ódio à capacidade de superação do indivíduo perante as suas mais solitárias circunstâncias.

- Ontem propus que "pecado ecológico" fosse um oxímoro como "asfixia democrática", mas depois de uma conversa com uma pessoa que "se dá ao trabalho de encadernar jornais nas capas especiais vendidas pelos próprios títulos", concordei com o argumento de que a "asfixia" neste contexto é metafórica e que por isso haveria um desequilíbrio na comparação. O "pecado" é usado no seu sentido verdadeiro e por isso nunca poderia haver pecados ecológicos nem pecados económicos nem pecados saudáveis. Ou será o pecado ecológico amigo do ambiente? Quando muito, podemos ter o pecado da indiferença face aos problema causados pelas alterações climáticas. É claro que este interessante problema se coloca porque foi o Papa Francisco que falou de "pecado ecológico". Senão, seria apenas mais uma metáfora como "pecado filosófico" ou "pecado literário". 

- Só ontem vi Green Book, o filme que muito justamente ganhou o Óscar de Melhor Filme no ano passado. Uma maravilha!

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publicado às 12:00

Diário outonal (2)

por Carla Hilário Quevedo, em 16.11.19

- Escrevi para a Brotéria sobre MindhunterState of the Union

- Ontem ouvi na televisão uma advogada de família a explicar que a prática de abandono de bebés nos hospitais está a aumentar na Europa e que já vários países tomaram decisões sobre o que fazer quanto a este problema, tomando medidas para proteger o anonimato das mães nos hospitais em que os bebés são deixados. Para meu espanto, referiu que há cada vez mais casos de bebés expostos, deixados à sua sorte à nascença, no lixo, em florestas. Talvez este caso terrível do bebé no lixo,  salvo por vários sem-abrigo que passavam naquele sítio, nos leve a reflectir seriamente sobre a miséria em que tantas pessoas vivem hoje, sobre doença mental, sobre como o Estado na verdade só aparece demasiado tarde em situações de carência extrema. Não me sinto preparada para julgar. Deixo isso para os que não fizeram outra coisa nestes últimos dias. 

- Zeus é um caso de exposição. Rómulo e Remo também o são. E Moisés. Histórias de abandono são histórias de sobrevivência. 

Sir_Lawrence_Alma-Tadema_-_The_finding_of_Moses.jp

Lawrence Alma-Tadema, The Finding of Moses, 1904.

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publicado às 12:28

Diário outonal

por Carla Hilário Quevedo, em 03.11.19

- Escrevi para o Ponto SJ sobre a miséria social no filme Joker, para a qual nem esquerda nem direita têm discurso nem solução. 

- Correndo um bocadinho o risco de me repetir, estou há dias a rir com esta história extraordinária. Agradeço por estar viva e poder assistir ao momento inesperado em que uma deputada recém-eleita de um partido obscuro diz no Twitter que o grande pregador da moral na blogosfera e fora dela, que "não aceita lições de ninguém" e rotula tudo o que mexe com as suas certezas, o colunista e comentador Daniel Oliveira, utiliza os mesmos argumentos da extrema-direita para a atacar. Não consigo parar de rir! Obrigada, Joacine Katar Moreira. 

- Numa livraria peguei num livro com o título "Nietzsche para stressados". Não folheei sequer, mas achei graça à ideia de Nietzsche poder ter um efeito tranquilizante. Reli por estes dias Assim Falava Zaratustra e cada vez gosto mais desta criatura intensa, livre e desassombrada. E que bem que escrevia!

- Coincidentemente, Alex Ross escreveu na New Yorker sobre o "eterno retorno" de Nietzsche. E tudo isto levou-me a ouvir uma conversa entre J.P. Stern e o recentemente desaparecido Bryan Magee sobre o filósofo alemão, em 1987.

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publicado às 12:53

Diário estival (2)

por Carla Hilário Quevedo, em 07.09.19

- Escrevi para o Ponto SJ sobre a polémica do despacho das casas de banho.

- Com o passar do tempo, há coisas que me repugnam ao ponto de as dizer publicamente. Não me irritam, porque a irritação é um incómodo, uma estranheza, uma impressão. Como tal, está para além do certo e do errado. Sentir repugnância é diferente. Dou um exemplo. Repugna-me que comentadores ou colunistas, ou mesmo pessoas anónimas em redes sociais que opinam a toda a hora sobre tudo, queiram agradar aos outros com as suas opiniões previsíveis, consensuais e, na maior parte das vezes, à esquerda. Não há nada pior do que opinadores com sede de aplausos. Significa que a sua opinião tem em vista um fim que se esgota na vaidade e fragilidade de quem a emite. Não é desinteressada, no sentido mais nobre do termo. Se tivesse um jornal, escolheria os meus colunistas com este critério. O senhor ou a senhora quer ser amado ou amada por estranhos? Se sim, pode ir escrever para outro lado. Se não, fique por aqui a fugir todas as semanas ao que esperavam de si.

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publicado às 11:51

Diário estival

por Carla Hilário Quevedo, em 15.08.19

- Estive imenso tempo sem pôr aqui os pés. Se houve alguém a consultar o bomba inteligente, na expectativa de ler umas linhas, peço desculpa pela ausência escandalosa. Tenho andado distraída. O blogue cumpriu entretanto 16 anos de existência em Abril, mas não sei se esta minha ausência prolongada não deverá funcionar como uma penalização nos anos de serviço. Lá por não ter dito que isto acabou, não significa que não tenha acabado. Mas, na verdade, significa, porque sou muito clara nestes assuntos e noutros. 

- Escrevi sobre a maravilhosa e inteligente Marie Kondo do cabelo lindo para o Ponto SJ e, passados uns meses, escrevi sobre a abstenção

- Fleabag (as duas temporadas), Killing Eve (sim, as duas temporadas), Gentleman JackEl Jardín de Bronce (a primeira temporada), L'Amica Geniale (o primeiro livro é cem vezes melhor do que a primeira temporada, mas não podia ser de outra forma) e um documentário encantador sobre o Hotel Carlyle que a RTP 2 teve o bom gosto de transmitir. 

- Buzino sempre que passo pelo Largo do Rato, de acordo com indicações num cartaz da Iniciativa Liberal que consegue ter mais efeito sozinho do que mil e uma campanhas eleitorais, debates e idas a mercados incluídos. Não estava a prestar muita atenção a este partido, mas uma resposta precisa e sem piedade de Carlos Guimarães Pinto no Twitter despertou a minha curiosidade. Fui ler o programa político. Está bem escrito e bem feito. Refrescante!

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publicado às 13:40

Diário invernoso (3)

por Carla Hilário Quevedo, em 03.03.19

- Escrevi para o Ponto SJ sobre um programa de televisão que acaba de ser processado por um juiz preocupado com piadas, como acontece normalmente com autoritários e prepotentes em particular e gente chata em geral. 

- Ontem, no Festival da Canção, ganhou o autor da extraordinária frase, "A chibaria nunca viu nascer ninguém". Só por este verso (sim, verso), Conan merece difusão nacional e ganhar a Eurovisão. Osíris, estás lá! 

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publicado às 13:27

Diário invernoso (2)

por Carla Hilário Quevedo, em 19.01.19

- Adorei Bandersnatch por ser complexo e divertido. Em conversa com uma amiga, achei estranho quando me contou que várias vezes foi confrontada com a hipótese de voltar atrás na história, por isso voltei a ver o episódio e escolhi todos ou quase todos os caminhos possíveis. A história mais longa e interessante é também a mais amoral. Para sobreviver e vencer, não só há que matar o pai, como há que fazê-lo de maneira a que nenhum cão intrometido possa desenterrar o corpo. Tudo bem freudiano como gosto. 

- Por falar em Freud, adorei Sex Education, uma série encantadora para todos os que prezam a saúde mental.

- Também gostei do anúncio da Gillette e sou pessoa para fazer de conta que "não percebo a polémica". Mas é claro que percebo: o mundo está cheio de coitadinhos, sempre ofendidos com o que proclamam não lhes dizer respeito.

- Fora isso, de vez em quando lembro-me de uma época, há muitos anos, em que o meu Pai andava farto de gente certinha, bem comportada, que não parte um prato e que não tem um pingo de interesse. Não percebia exactamente o que o irritava, porque era nova. Cheguei finalmente àquela altura da vida em que o percebo perfeitamente.

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publicado às 11:10

Diário invernoso (1)

por Carla Hilário Quevedo, em 26.12.18

- Noto que há agora imensa gente a escrever sobre séries de televisão. Muitos nem sequer sabem ler, mas acho muito bem feita para os jornais que lhes, err, pagam. Do ano ficam as brilhantes sexta (e última) temporada de The Americans, quarta temporada de Better Call Saul, quinta temporada de Silicon Valley, e as geniais segunda temporada de The Marvelous Mrs. Maisel, que a Emily Nussbaum simplesmente inveja (não há outra explicação para este artigo, que, note-se, é escrito por alguém que sabe ler) e a primeira temporada de Barry. De resto, gostei muito de Berlin Station; gosto sempre de Ray Donovan, porque tenho muito em comum com o protagonista, e dei por mim a prestar atenção a The Last Kingdom.

- Escrevi para o Ponto SJ sobre a questão das touradas com toda a impaciência que o tema suscita. 

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publicado às 09:39

Diário outonal (1)

por Carla Hilário Quevedo, em 20.10.18

- Escrevi para a Forma de Vida sobre a patinadora Tonya Harding, de quem me lembrava perfeitamente dos meus vinte e poucos anos, mas sobre quem afinal pouco sabia até o meu amigo Telmo Rodrigues me convidar para escrever sobre ela. Aproveito para recomendar esta edição de luxo dedicada ao desporto. Viva!

- Escrevi para o Ponto SJ sobre a nomeação escandalosa do juiz Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos. 

- Irritei-me ontem com o caso do "beijinho à avó", por razões lógicas e ideológicas. Primeiro, não percebo a relação entre uma criança ser "obrigada" a cumprimentar uma pessoa mais velha da família e mais tarde ser vítima de namorados que vão bisbilhotar telemóveis. Somos um povo beijoqueiro, em que o cumprimento habitual é o beijinho (ou dois). Não dar o beijinho significa não cumprimentar e isso é falta de educação. Tão simples como isto. Segundo, defendo que a universidade não serve para "ensinar" comportamentos, muito menos para "ensinar" como os pais educam os filhos. O Estado, através do financiamento de bolsas de doutoramento em certos temas socio-psicológicos ou whatever, cria especialistas que se afirmam "independentes" e que se arrogam de uma autoridade do que deve e não deve ser aceite nos comportamentos de cada um. Isto não é educar, nem é, repito, a função da universidade. É o Estado mais uma vez na meter-se na nossa vida e a dizer como devemos agir. Há quem viva bem com isto. #eunão

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publicado às 09:44

Diário estival (4)

por Carla Hilário Quevedo, em 09.09.18

- Escrevi para o Ponto SJ sobre Who is America?, de Sacha Baron Cohen. A tolerância com os estúpidos é um sinal de fraqueza e preguiça. Sou fã da falta de piedade de Sacha Cohen com gente que clicaria numa tecla para matar uma pessoa só porque não concorda com ela (aconteceu no último episódio, seguido, é certo, de um espasmo de arrependimento) ou que comeria carne humana para fazer uma crítica num site sobre restaurantes. O recurso ao engano para expor estas pessoas incomoda muita gente. A mim, não. Mas não sou admiradora do rigor kantiano exigido para estas questões. O que "salva" Sacha Cohen é não ter "motivos benevolentes" para mentir: é um programa de televisão. No espectro maléfico, é mais honesto.

- Vi The Staircase, lembrei-me do Górgias e chorei em três dos episódios. 

- Acho que tenho um fraco platónico por Hector DeJean, personagem complexa e fascinante da série Berlin Station.   

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publicado às 10:21

Diário estival (3)

por Carla Hilário Quevedo, em 16.08.18

- Este blogue está cheio de Madonna. São 14 páginas de referências, entre as quais haverá um texto longo onde está tudo o que ainda penso sobre a deusa que escolheu Lisboa para morar numa espécie de pré-reforma urbana. Revi por estes dias alguns vídeos de Madonna e concluí também o mesmo que terei dito num desses posts. Madonna está sozinha à frente da câmara na maior parte da sua carreira. Faz-se acompanhar a partir da Blond Ambition Tour por duas cantoras, Donna De Lory e Niki Harris, e um grupo de bailarinos, que nem sempre estão em palco, pelo menos não o tempo todo. Porém, numa das minhas performances favoritas tem bastante gente à volta. E faz um gesto antes de descer as escadas (que repete) que me lembro ter escandalizado a minha Mãe: "Não achas ordinário?", perguntou retoricamente. "Não, acho que está bem", respondi. Parabéns, muitos parabéns.

 

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publicado às 09:09

Diário estival (2)

por Carla Hilário Quevedo, em 15.07.18

- O Verão é como a chuva: tem de chegar. Chegará tarde, sim, mas com toda a sua força.

- Escrevi para o Ponto SJ sobre a mania inútil de "estar em todo o lado". Porém, não é só o nosso Presidente da República que padece deste mal. Também cada um de nós, à sua maneira, nas redes sociais, online a toda a hora, vive desta forma absurda e a evitar. 

- A segunda temporada de The Good Fight é ainda melhor do que a primeira. Assumidamente anti-Trump, está muito bem escrita e o genérico é o mesmo. 

- Vi algumas pessoas mal dispostas com o estupendo balão Trump Baby, uma obra de arte que a Joana Vasconcelos nunca se atreveria a fazer. Há imensa gente, mais do que o costume, a insistir que se tem de falar de assuntos sérios, logo no momento mais absurdo, vazio e tonto da política (nacional e) internacional. O balão é a resposta adequada a essas pessoas e a este tempo. Viva a Inglaterra!

- Por falar em arte, nunca prestei a atenção devida a Columbano Bordalo Pinheiro. Isto até ver alguns retratos lindos, indefinidos e escuros, expostos no Museu Nacional de Arte Antiga. Este, por exemplo, está mal exposto, num canto em baixo e sem luz. Pronto, basta de dizer mal.

columbano.jpg

Columbano Bordalo Pinheiro, O Pai do Artista Pintando, ca. 1878

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publicado às 12:42

Diário estival (1)

por Carla Hilário Quevedo, em 23.06.18

- Convidaram-me há uns meses para escrever um texto e aceitei. Conhecia a história e pareceu-me, como se costuma dizer, um bom desafio. Ontem, no entanto, apercebi-me de que a história é sórdida, algo que ignorava, e agora não sei bem o que fazer. É provável que escreva à mesma, porque não quero voltar atrás no prometido. Na verdade, o que é importante no meio disto tudo é perceber com clareza que há certas realidades que não me interessam.

- Renovei a minha subscrição da extraordinária Digital Loeb Classical Library. Now we're talking!

- As queixas sobre os tempos modernos são recorrentes desde que isto começou. Nada é novo, nem isso. Apesar de tudo, por vezes tenho uma sensação muito forte de que vivemos tempos extraordinários, de liberdade, criatividade, descoberta e conquista. Talvez seja por causa deste vídeo magnífico do casal Beyoncé- Jay Z. Ou, então, é de mim. 

 

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publicado às 10:50