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Diário da pandemia (15)

por Carla Hilário Quevedo, em 10.04.20

- De um dia para o outro, tive de pensar noutros assuntos. Mas não seria incompatível escrever um diário num blogue e pensar noutros assuntos. Arranjamos sempre desculpas para coisas sobre as quais não há culpa. É um caminho fácil e até um pouco vaidoso: "teria feito y se não tivesse x". Mas é falso. Fiquei com preguiça de vir aqui escrever, é só isso. 

- Li um artigo partilhado no Twitter sobre não haver provas científicas de que o vírus é transmitido em supermercados, restaurantes e cabeleireiros. Quem o disse foi um virologista alemão chamado Hendrik Streeck, baseado em experiências realizadas em Heisenberg, o epicentro do surto de Covid-19 na Alemanha. “There is no significant risk of catching the disease when you go shopping. Severe outbreaks of the infection were always a result of people being closer together over a longer period of time, for example the après-ski parties in Ischgl, Austria.” He could also not find any evidence of ‘living’ viruses on surfaces. “When we took samples from door handles, phones or toilets it has not been possible to cultivate the virus in the laboratory on the basis of these swabs". O virologista (que não é de sofá) diz ainda: “To actually 'get' the virus it would be necessary that someone coughs into their hand, immediately touches a door knob and then straight after that another person grasps the handle and goes on to touches their face.” Streeck therefore believes that there is little chance of transmission through contact with so-called contaminated surfaces." Não digo que não devemos ter cuidado, como é evidente, mas uma das coisas que mais confusão me fazia era esta questão da permanência do vírus nas diferentes superfícies, que diziam ser de horas e até dias. As medidas de isolamento social e lavar as mãos são eficazes. Já o resto... 

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publicado às 10:19